
A divulgação dos dados de Afastamento Temporário para o Trabalho (antigo auxílio doença), a condição onde os profissionais ficam afastados das suas funções por mais de 15 dias trouxe um dado alarmante. Mais de 3,5 milhões de trabalhadores acionaram o INSS em busca do benefício no último ano.
As condições Osteomusculares estão entre as principais causas de afastamento temporárias em 2024. Segundo o Ministério da Previdência Social as Dorsalgias, incluindo: dores na coluna e hernia de disco foram os fatores que mais geraram afastamento laboral. Os dados mostram ainda um salto nos casos de doenças relacionadas a fatores psicossociais.

Esses dados nos levam a refletir:
Será que estamos, de fato, gerenciando corretamente os riscos ergonômicos no ambiente de trabalho? Essa é a pergunta que devemos nos fazer, considerando os impactos que essas condições estão tendo na saúde dos trabalhadores.
Ao longo da história, os processos produtivos passaram por grandes transformações. Inicialmente, os trabalhadores realizavam tarefas repetitivas e de ritmo acelerado, sem grandes preocupações com a segurança e saúde ocupacional. Com o tempo, os avanços tecnológicos modernizaram as funções de trabalho, e novas formas de gerenciamento de riscos foram implementadas. No entanto, ainda vemos que em muitos ambientes, os cuidados com a saúde física e mental do trabalhador não evoluíram na mesma proporção.
Apesar dos avanços, o trabalho continua afetando negativamente a saúde dos profissionais, especialmente em relação a doenças da coluna e distúrbios psicossociais. Os problemas relacionados à postura inadequada e ao esforço físico repetitivo, em muitos casos, são negligenciados, gerando sérios danos a longo prazo. Da mesma forma, o aumento de sobrecarga emocional, estresse excessivo e falta de apoio psicológico refletem-se em uma maior incidência de doenças mentais, que afetam diretamente a produtividade e o bem-estar do colaborador.
Diante desse cenário, é fundamental que as empresas invistam em ergonomia, ajustando os postos de trabalho e promovendo condições mais adequadas para a saúde física e mental de seus colaboradores. Isso inclui, por exemplo, a adoção de mobiliários adequados, a promoção de posturas corretas, o ajuste de equipamentos de trabalho e o incentivo a pausas regulares para evitar sobrecargas físicas. No campo psicossocial, é imprescindível criar um ambiente de trabalho que cuide da saúde mental, com práticas que favoreçam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, além de apoio psicológico para os colaboradores que necessitarem.
Investir na saúde e bem-estar dos trabalhadores não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também de produtividade e qualidade de vida no ambiente de trabalho. Empresas que adotam boas práticas ergonômicas e cuidam da saúde mental de seus colaboradores estão criando um ciclo positivo de engajamento e eficiência. Portanto, o aumento dos afastamentos devido a doenças de coluna e problemas psicossociais deve ser um alerta para que mais empresas invistam em políticas eficazes de ergonomia e bem-estar, garantindo que os profissionais possam desempenhar suas funções com saúde, segurança e satisfação.

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